A TV Morena, afiliada da Rede Globo no Mato Grosso do Sul,
divulgou nota nesta semana para rebater informações de que a linha editorial da
emissora teria sido influenciada por acionistas.
A controvérsia aconteceu durante reportagens sobre
irregularidades do funcionamento do aterro sanitário de Campo Grande, capital
do estado. O canal decidiu recorrer à Justiça contra um site local que publicou
as informações "que não retrataram a realidade", segundo o
comunicado.
"Face a
interpretações intencionalmente mal conduzidas na matéria publicada, a TV
Morena vem a público informar que: em momento algum, recebeu qualquer pedido de
seus acionistas para barrar ou influenciar na cobertura de reportagens",
diz a nota
Relatórios da Polícia Federal feitos na operação Lama
Asfáltica, realizadas no primeiro semestre deste ano, indicam que o empresário
João Amorim chefiava um grupo de empreiteiras responsável por licitações
fraudulentas e superfaturamento de obras públicas no estado. Para sustentar o
esquema, o grupo fazia pagamento de propina para funcionários públicos, mas
também procurava influenciar representantes de empresas de comunicação.
Gravações autorizadas pela Justiça revelam conversas entre
Amorim e o acionista da TV Morena, André Zahran. À época dos registros, o canal
exibia reportagens sobre problemas com a coleta de lixo e armazenamento no
aterro sanitário de Campo Grande. A empresa responsável pelo serviço pertence ao
empresário, que questionava a cobertura e pedia intervenção do acionista.
A emissora destacou que a ligação não impediu a reprodução
da reportagem sobre a vistoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e a
Polícia Civil no aterro sanitário, no dia 15 de maio de 2014. Também observa
que, dias depois, exibiu extensa matéria sobre a denúncia feita pelo Ministério
Público Federal sobre suspeita de irregularidades na licitação e na obra do
aterro sanitário.
"A TV Morena
luta, respeita e se orgulha da postura de seus profissionais em respeito à
verdade dos fatos e à condução da notícia. Este patrimônio, construído ao longo
de 50 anos de história, não pode e não será maculado pela irresponsável postura
de veículos com interesses diversos a esses, com o único intuito de macular
esta nossa premissa básica de nossa empresa", encerrou a nota.
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